“Esta é mais uma vitória da
educação, daqueles que lutam para valorizar este setor. Agora nossa luta será
no Senado”, disse em entrevista ao Vermelho Madalena Guasco, presidenta
da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
(Contee), ao falar sobre a aprovação da redação final do Plano Nacional de
Educação (PNE), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta
terça-feira (16). Com a aprovação o PNE segue para o Senado.
Madalena lembra que o PNE
estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez
anos. “A principal delas, alvo de muita polêmica durante a longa tramitação do
projeto, é a que estabelece um patamar mínimo de investimento em educação –
atualmente o Brasil aplica 5,1% do PIB na área. O último plano esteve em
vigência entre 2001 e 2010”, destacou.
Daniel Iliescu, presidente da
União Nacional dos Estudantes (UNE), disse que a UNE encara a luta pelos 10% do
PIB como uma tarefa desta geração. “Essa é a grande oportunidade que a nossa
geração tem para contribuir de forma concreta para um avanço sólido e real do
nosso país.”
Ele lembra que o dia 26 de junho
marca um momento histórico para educação. “Nessa data a UNE e a União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas (Ubes) realizaram uma marcha dos estudantes ao
Ministério da Educação e ocuparam o Congresso. Essa pressão mostrou ao governo,
bem como ao Congresso e demais setores da sociedade, que o povo, em especial os
estudantes, tem ciência do que significa investir na educação para o país”,
rememorou.
Para Maria Izabel Azevedo
Noronha, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo
(Apeosp), a vitória do 10% do PIB para Educação é fruto de uma unidade nacional
em torno dessa bandeira. “Está claro que o Plano Nacional de Educação é muito
importante e que sem financiamento esse documento vira mais uma carta de
intenções. E para que o PNE vire realidade de fato, precisamos continuar nossa
luta para aprovação no Senado.”
Royalties Pré-Sal
Sobre a sinalização do governo
sobre o uso dos royalties do Pré-sal para a educação, Maria Izabel destacou ser
muito positiva a sinalização da presidenta Dilma Rousseff e do ministro Aloísio
Mercadante do uso dos recursos do Pré Sal para garantir o financiamento da
educação no país.
“Isso demonstra o compromisso do
governo em querer fazer a coisa andar. Penso que a postura do governo nos
coloca em um terreno mais seguro, pois temos a obrigatoriedade da Lei e a
sinalização concreta de onde virão os recursos. Tanto a presidenta como o
ministro foram bastante coerentes com a preocupação de fazer valer essa luta
tão antiga.”
Um passo para o desenvolvimento
Renato Rabelo, presidente
nacional do Partido Comunista do Brasil, destacou o papel da UNE e da Ubes no
norteamento dessa luta, que envolve diversos setores da sociedade civil.
“A luta pelo 10% do PIB para a Educação é uma
luta antiga e que envolve diversas entidades, mas destacaria aí o papel da
juventude nas figuras da UNE e da Ubes. No último encontro que tive com a
presidenta Dilma Rousseff, ela destacou o engajamento destas duas entidades na
luta por uma educação de qualidade e frisou que é muito importante ver que a
juventude não perdeu o gás na luta pela transformação do país.”
Segundo Renato, “a
educação é hoje, juntamente com a inovação e a ciência e tecnologia, um setor
fundamental para o nosso país, por isso deve ter toda a atenção e ampliação dos
investimentos. E investir em educação, significa preparar e formar o povo,
tornar soberana a sociedade, colocar o país em um circuito amplo de
desenvolvimento, este com inclusão e distribuição de renda. E o PCdoB avalia
que essa luta dos 10% do PIB caminha nesta direção”.
Para o dirigente comunista, “com
uma melhor educação, garantimos mão de obra mais especializada e com isso
setores mais modernos e competitivos. Ou seja, investir em educação significa
investir no desenvolvimento do país, em ciência e tecnologia, o que refletirá
em diversos setores, tais como o da indústria”.
Essa opinião é compartilhada pela
presidenta da Apeosp. Para Maria Izabel a educação não se mede por uma régua. “A
educação não pode ser tida como qualquer setor e nem medida com uma régua. Ela
é política estruturante, e como tal ela necessita de um olhar macro. Ou seja, é
a educação que estrutura o setor de desenvolvimento dos estados, do país. É ela
quem dá a base para as futuras gerações que governarão nosso Brasil.”
Fonte: Vermelho
Foto: UJS Brasil
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