quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Preconceito ainda impera no mercado de trabalho


Estudos demonstram que mulheres e negros são minoria nos cargos altos e apontam falta de políticas afirmativas como principal causa.

Pesquisa do Instituto Ethos/Ibope divulgada recentemente aponta que mulheres e os negros têm poucos representantes nos altos cargos executivos das principais empresas brasileiras. O levantamento “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas" está em sua quinta edição e explicita a sub-representação desses grupos nos cargos diretivos.

A presença feminina em cargos executivos é de 13,7% e apesar de os índices demonstrarem elevação desde 2001, o percentual é baixo considerando que 43,6% da PEA é composta de mulheres, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) de 2009, do IBGE. As mulheres têm um número médio de anos de estudo superior ao dos homens (7,4, ante 7, respectivamente) e são maioria entre os brasileiros que atingiram pelo menos 11 anos de estudo.

Já a quantidade de negros em níveis hierárquicos mais elevados é de somente 5,3. O contingente de negros na população brasileira é de 51,1% – também segundo a PNAD – e 46,5% da população economicamente ativa – segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A falta de políticas afirmativas pode ser considerada fator relevante nesse contexto de exclusão. De acordo com o estudo, 62% das empresas não têm nenhuma ação de incentivo à presença de mulheres em cargos de direção. O estímulo à participação dos negros apresenta um quadro ainda pior: 72% das empresas não tem nenhuma medida, enquanto apenas 3% têm metas específicas.

Mulher chefe de família é a que trabalha mais, diz Ipea

Elas têm mais anos de estudo, se dividem entre o trabalho e os cuidados com a casa, ganham menos e trabalham mais. Este é o retrato das mulheres chefes de família traçado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2009, divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o estudo, de 2001 a 2009 a proporção de famílias chefiadas por mulheres no Brasil subiu de aproximadamente 27% para 35% do total. São 21.933.180 o número de famílias que identificaram como principal responsável uma mulher no ano de 2009.

O aumento do número de chefes de família mulheres não muda os valores familiares tradicionais. O trabalho doméstico não foi transferido para os homens, e elas têm de se dividir entre a jornada de trabalho e a doméstica. O resultado é a sobrecarga da mulher nessa configuração: a com a maior jornada de trabalho entre todos os perfis estudados.

As mulheres chefes de família são solteiras morando sozinhas, separadas ou viúvas que tem filhos ou solteiras sem filhos. Existe também as mulheres casadas chefiando a família mesmo tendo um marido ou companheiro em casa, com ou sem filhos.

Nesse caso, segundo o Ipea, “o tradicional arranjo casal com filhos com um homem como ‘cabeça do casal’ passa a ser substituído por situações em que a mulher é tida como a pessoa de referência na casa”. Em 2009, 14,2% dos casais com ou sem filhos eram chefiados por mulheres.

A mulher de um casal sem filhos recebe, em média, 80% do salário dos homens. Entre os casais com filhos, a renda das mulheres chefes de família representa 73% da renda média de seus maridos. De qualquer modo, a mulher continua ganhando menos do que o homem.

Com relação ao nível de escolaridade, as mulheres, independentemente da posição na família, estudaram mais anos em média, e aquelas responsáveis por famílias com filhos apresentam a mais alta escolaridade. Para os pesquisadores, os dados significam que a educação não interfere na posição de chefia da família.

O fator que mais influencia, embora não seja decisivo, é a ocupação. Homens estão mais inseridos no mercado de trabalho, assim como a maioria das chefes de família com filhos (59,1%) possui emprego. As mulheres que chefiam a casa têm níveis de ocupação significativamente mais elevados do que as mulheres em idade ativa, em geral (57,7% contra 51,5%). Elas também ocupam posições consideradas de melhor qualidade.

Com informações de Rede Brasil Atual e UOL.

Fonte: www.ujs.org.br

Por: Artur Alves (Diretor de Comunicação da UJS Bonfinense)

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