Era o início da
primavera de 1984. O Brasil já amargava 20 anos de ditadura militar, tempos de
muita dor, morte, perseguição política e autoritarismo. O regime já caducava, a
anistia política em 1979 havia renovado a esperança de liberdade, trouxera de
volta ao país centenas de militantes, artistas, intelectuais e lutadores
sociais. Mas o povo queria mais: a ditadura perdia força, estava próximo o fim
de um longo inverno sombrio e tenebroso. Nas ruas, multidões clamavam pelas
“Diretas já” e por liberdade no Brasil. A chegada daquela primavera reascendia
o sonho da juventude.
Foi no dia 22 de
setembro de 1984 que centenas de jovens vindos de todo o país, desafiaram a
repressão e o autoritarismo e se reuniram no plenário da Assembléia Legislativa
do estado de São Paulo para fundar a União da Juventude Socialista.
Com os versos de Castro
Alves, eleito ali o patrono da UJS, Aldo Rabelo lia o manifesto “Em defesa da
Juventude e do Socialismo” e dava início a uma bela história de rebeldia,
combatividade e conquistas: “Somos jovens operários, camponeses, estudantes,
artistas e intelectuais. Buscamos o futuro e a liberdade, os direitos que nos
são negados, a esperança banida, a vontade subjugada.”
Ousadia para conquistar o voto aos 16 anos e a
cara pintada para derrubar o presidente Collorido.
Uma marca que atravessa os 28 anos de
existência da UJS é sempre estar ao lado da juventude e do povo brasileiro em
suas lutas, abrindo espaço para a conquista do novo. Foi assim que em 1988,
durante a Assembléia Nacional Constituinte, a UJS foi protagonista de uma das
principais conquistas da juventude: o voto aos 16 anos. Após muita pressão de
centenas de jovens que ocupavam as galerias da Câmara Federal, 316 Deputados
votaram a favor da medida e apenas 99 contra. Os deputados Hermes Zaneti
(PMDB-RS) e Edimilson Valentim (PCdoB-RJ), autores da proposta, abriram uma
bandeira do Brasil e outra da UJS. O triunfo fez a entidade não apenas ficar
conhecida por milhões de jovens, como também ser reconhecida como a principal
responsável por essa conquista.
Fora Collor
Em 1992, novamente a
UJS é essencial para a democracia brasileira. Dessa vez para derrubar Fernando
Collor da Presidência, o presidente corrupto. Com participação destacada no
movimento estudantil, a UJS aprova nas diretorias da UNE e da UBES o lançamento
da campanha “Fora Collor, Impeachment já”. Os estudantes tomam as ruas de todo
o país e com a cara pintada são decisivos para a derrubada de Collor.
Anos 90 – a resistência ao neoliberalismo
tucano
Entre os anos de 1994 e 2002 o Brasil amargou
mais um período difícil. Os governos de FHC jogam o país numa profunda crise
econômica gerando desemprego e agravando a desigualdade social. As
privatizações dilapidaram o patrimônio público e entregaram de mãos beijadas ao
capital financeiro mais uma grande parcela das riquezas do povo brasileiro.
Atuamos com destaque no Fórum Nacional em Defesa do Trabalho, Terra e
Cidadania, nas lutas contra as privatizações das estatais e do desmonte da
educação pública.
Os meninos e o povo no poder
Em 2002 a UJS ajudou a escrever uma nova
página de esperança e conquistas para o povo brasileiro ao participar
ativamente da campanha presidencial vitoriosa de Lula. Nos oito anos de governo
Lula a juventude reencontrou a esperança de viver num país que pode dar certo.
Milhões de empregos foram criados, o Prouni possibilitou o acesso à
universidade a mais de um milhão de jovens, e a realização da Copa do Mundo e
das Olimpíadas no Brasil é uma conquista que pode transformar o esporte numa
grande ferramenta oportunidades para a juventude.
8
anos de FHC e os 10 anos dos governos de Lula e Dilma.
Os processos pelos
quais o Brasil passou foram todos acompanhados e defendidos pela UJS. Se o país
amargou por oito anos uma política voltada para as elites, sob a péssima
administração de FHC e éramos vistos como “vira-latas” diante do mundo, hoje
muitas coisas mudaram. Somos um dos países que mais cresce no mundo, a sexta
maior economia. O processo que começou em 2002, ao eleger Lula, depois
reelegê-lo, e em 2010 proporcionou a eleição de Dilma Roussef é uma das maiores
conquistas da UJS e de todo o povo brasileiro.
Do primeiro ano de
governo de Fernando Henrique Cardoso até o momento passaram-se 18 anos.
Os últimos 10 anos
foram de grandes avanços para o país, entretanto, muitas bandeiras da juventude
ainda não foram contempladas, como o investimento efetivo de 10% Pib para
educação – o ensino fundamental e médio continuam amargando baixos índices de
qualidade – e mesmo a ampliação massiva da universidade pública não foi
conquistada. Temos muito orgulho de ter construído o maior programa de
democratização do ensino superior – o Prouni -, entretanto, a verdadeira
democratização da universidade deve ocorrer com a ampliação das vagas na
universidade pública. Passados 10 anos, não aceitamos os argumentos da herança
pesada de FHC, a responsabilidade do que não avançou é do presente e não do
passado.
UJS
nas redes e nas ruas, lutando por um Brasil dos nossos sonhos
Se anteriormente nossas
manifestações tomavam conta das ruas, hoje ela se soma as redes. Este ano, no 16º
Congresso Nacional da UJS, conseguimos mobilizar mais de cem mil jovens por
todo o Brasil. Sob o tema “Nas Redes e Nas Ruas- Lutando por um Brasil dos
nossos sonhos”, expressamos nossa vontade por mudanças duradouras e mais
profundas em nosso país e no mundo.
Fonte: UJS Brasil
Foto: UJS Brasil
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