segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pense Verde: Sete segredos da natureza


Descubra as soluções escondidas no meio ambiente para resolver pequenos e grandes problemas do dia-a-dia
A biomimética é uma ciência na qual os especialistas estudam processos já existentes na natureza para resolver uma série de situações do cotidiano. Do esporte ao vestuário, passando pelo setor de transportes, diversas áreas podem se beneficiar das descobertas dessa “arte de imitar” o ecossistema.

É necessária uma boa dose de percepção dos cientistas para identificar como animais e plantas reagem e, em seguida, adaptar seus procedimentos ao modo de vida da sociedade. Mas eles conseguem. E muitos avanços já foram obtidos graças à ideia de, simplesmente, observar o mundo e ver de que maneira a natureza pode ajudar.

Conheça algumas das inovações:

Recorde nas piscinas: uma empresa de material esportivo desenvolveu um maiô especial para o nadador americano Michael Phelps, para as Olimpíadas 2008. O tecido da roupa imita a pele de um tubarão. Ao pesquisar por que determinadas espécies nadavam tão rápido, viu-se que sua pele tinha dentes minúsculos, os quais reduziam a fricção do corpo do animal na água.

Colando sem cola: nos anos 1940, um engenheiro suíço percebeu que as sementes de determinada planta grudavam em sua roupa e no pêlo de seu cachorro. Ele examinou as sementes através de um microscópio e verificou a existência de diversos filamentos entrelaçados, com um gancho na ponta. O gancho se prendia, por exemplo, nos laços do tecido da roupa, também observados no microscópio. Daí veio a inspiração para o velcro.

O silêncio do trem bala: no Japão, ao sair de um túnel, o trem bala produzia uma vibração tão intensa que pessoas que moravam a cerca de 400 quilômetros de distância reclamavam do barulho. O Martim-Pescador é um pássaro que mergulha sem espirrar muita água, na caça às suas presas. A ave se adapta com rapidez à transição da baixa resistência do ar para a alta resistência da água. O bico do trem bala passou a ser construído com base no bico do pássaro, o que reduziu o problema.

Para cupim ver: Ele mesmo. Aquele inseto que gosta de roer as madeiras da sua casa e pode destruir os móveis. Os cupinzais mantêm a temperatura amena, mesmo em ambientes onde faz calor. Um processo inspirado nesse mecanismo é usado em edifícios, com objetivo de reduzir os gastos de energia e dinheiro nos sistemas de ventilação. O Eastgate, no Zimbábue, é o maior complexo de escritórios e shopping do país. Não há ar-condicionado. E o sistema de refrigeração é inspirado nos cupins.

Ar vira água: uma espécie de besouro que vive no deserto da Namíbia, uma das regiões mais secas da Terra, obtém água da – ainda que pouca – umidade do ar local. Hoje já são comercializados filtros, no Brasil mesmo, que não necessitam de ligação com o sistema de águas do edifício. A máquina transforma ar em água, filtrando as impurezas que por acaso possam aparecer, no processo.

Milagre do diabo?: O diabo-espinhoso, um pequeno réptil do deserto australiano, carrega água da boca por canaletas entre as escamas. Analisando esse processo, os cientistas tentam aperfeiçoar tecnologias de captura do líquido em regiões secas.

Nos pés das lagartixas: E nas mãos dos cientistas. Inspirados no mecanismo de fixação das lagartixas em tetos e paredes, eles esperam criar adesivos cada vez mais potentes. Uso do material pode ser em robôs que fazem manutenção em paredes altas ou até mesmo em operações aeroespaciais.


Redação Custom Editora
Especial para Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário